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Mostrando postagens de janeiro, 2008

falando sobre fernando e augusta.

estavam sentados, frente a frente, àquela mesma mesa circular onde o sempre parecia passar tão rápido. o mundo que girava depressa ao redor deles não era tão maior que o diâmetro da mobília que os separava. se parados naquelas horas, que durariam o tempo necessário para que fossem as melhores horas de suas vidas, a distância pouco importava. eles estavam no topo daquela torre de babel que os rodeava, em extremidades opostas, mas ainda perto um do outro, o que não os impedia de falar. e falavam. ela falava com tenra nostalgia daquele antes, no qual seus amores gravados em rochas continentais nunca seriam afogados pela elevação do nível do mar. suspirava ao contrário, ao lembrar de desamores voláteis, lacrimejando com o vapor emanado que entrava em seus olhos. ela só queria fugir para algum lugar dentro de si e enfrentar a dificuldade do crescer sola e longe disso, mas perto daquilo tudo que estava bem diante dos seus olhos inundados. falava sobre se perder em lugares insólitos, para a

oito sem fim.

o ano começa com fogos explodindo no céu da boca. com a procura de pontos luminescêntes no céu púrpura infinito. gotas de saliva pulverizadas. estrelas cadentes. estrelas decadentes. estrelas presas entre os dentes. o ano começa com fúria. o frenesi pelo novo. que seja infinitamente novo esse ano. com estrelas vorazes num céu de violetas que não se apaga. nunca.