Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2007

borra.

de novo aconteceu a dor, o ardor do pó escuro, esquálido, recaindo sobre a pele. e talvez, dessa vez tenha sido mais doloroso ao imaginar, e mais verdadeiro do que quando fora realidade. foi? nunca acreditei naquela madrugada, nos passos lentos embriagados de pesar que se arrastavam por entre os carros e putas aceleradas, em que a chuva fina descia em lágrimas e encharcava a imitação persa no hall de entrada, enquanto eu esperava pelo elevador, elevando a dor, e levando a dor que não escoava. não acreditei nem mesmo na palidez da manhã seguinte, no café requentado quebrando jejum, na caneca, quebrada em mil pedaços no chão da cozinha, no som vermelho estilhaçado quebrando o silêncio e a palidez do domingo, na água suja escorrendo negra sobre a cerâmica do piso frio, por entre aquele eu fragmentado, reduzido a cacos. foi. e eu nunca quis acreditar. ou preferi não engolir aquele gélido líquido escuro, acreditando que, como nessa noite, tudo aquilo fora um sonho ruim, sumo de grãos apodre