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cabide vazio.

as traças não estão lá
deixam apenas a poeira do que consumiram
acúmulos do suéter velho
pó sobre pó
prova a inexistência das pobres traças
que só têm a lã verde para consumir
o verde mofado do não uso
morfinismo entrelaçado entre os fios
auto-consumo
o vício

o buraco na gola
buraco negro
buraco verde-musgo envelhecido
buraco traiçoeiro
tragando as traças

as traças não estão lá
os buracos sim estão

as traças inexistentes sobreviverão?
o verde, o suéter e o mofo não

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fim do oito sem fim.

a última elipse do oito, um resíduo minguante de duas luas cheias, gêmeas siamesas. uma única luz tímida neste quase sempre céu negro, salpicado de pó de cinza. à espera de estrelas de artifício eclodirem, seria difícil não notar o reluzente arco solitário se reduzindo, predizendo o nove, novo, que está por vir. o porvir parece imperfeito e incompleto. o nove assimétrico, com uma ponta que amedronta; uma afronta ao oito. oito infinito que hoje chega ao fim. um ano que girou em torno de órbitas com eixos deslocados, no qual o céu foi partido em oito partes diferentes para que pudéssemos ver que, lá de cima, existem mais estrelas espalhadas pelo chão do que podíamos imaginar. estrelas colossais que irradiam mais intensamente do que qualquer outra. estrelas palpáveis que jamais irão estar em minhas mãos, mas se encaixam perfeitamente em uma centelha do olhar. tivemos todas e nenhuma para comemorar. mas tivemos o que comemorar. e depois de tantas reviravoltas ao percorrer as duas circunfer